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Grande é a atividade existente nos bastidores
das empresas gravadoras. Muitos dos objetivos dessa atividade são conservados
em segredo, obrigando o cronista que assumiu o compromisso de trazer os
discófilos informados, a um trabalho penoso, a fim de cavoucar notícias de
interesse. O segredo é a alma do negócio, diz o brocardo; daí a razão de uma
empresa não querer que a concorrente saiba do que vai nos seus bastidores.
Mesmo assim, aqui vão mais algumas notinhas:
A Continental vai lançar, dentro em pouco tempo,
uma etiqueta subsidiária: “Discos de Toda a América”. Não pudemos saber se
“Discos de Toda a América” tem alguma relação com os lançamentos da etiqueta
Mercury, que o selo dos três sininhos vai representar no Brasil, ou se se trata
de uma terceira marca, na qual – pensamos nós – estariam incluídos muitos
sucessos da Decca. – A Columbia americana vem de colocar na praça pequenos
discos de sete polegadas (18 centímetros) de 33.1/3 rotações por minuto, de
longa gravação. Visa a empresa atender às exigências do público, em sentido
contrário à prática da empresa, de gravar quatro ou mais números diferentes
numa mesma face de 10 ou de 12 polegadas. Para o discófilo, sem dúvida – e em
especial para o colecionador – isto representa uma grande vantagem, além de lhe
proporcionar uma liberdade de escolha que, antes, não podia ter com os discos –
recitais de 10 e 12 polegadas e por serem tais discos inquebráveis e de preço
baixo.
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O começo do "Long-Playing", de 33 rotações |
– A Victor, cujo repertório de música clássica é dos mais admiráveis
segundo as listas que temos em mão, está regravando uma porção de concertos,
suítes, óperas, sinfonias, além de peças clássicas avulsas, que de há muito se
achavam esgotadas na praça. – A MGM, de Londres, vem de colocar nas casas
revendedoras do país variada partida de discos contendo música de recentes
filmes. – Já chegaram ao Brasil os primeiros toca-discos especiais para
gravações de 33.1/3. Uma firma de São Paulo, aliás, já está anunciando a venda
de vitrola capaz de tocar discos normais, de 78 rpm, de 45 rpm e os discos Long
Playing, de gravação microgroove.
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Sarah Vaughan |
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Quatro Ases e Um Coringa |
Na foto: O “côco” é um novo ritmo que Luiz Gonzaga,
agora que viu o baião triunfar em toda a linha, descobriu e pretende tornar
conhecido do povo. Já há diversas composições feitas em ritmo de “côco” e a
primeira a ser levada ao disco foi Derramaro o Gai, que fez de parceria
com Zé Dantas, e que Os 4 Ases e Um Coringa gravaram, sob a responsabilidade do
selo Victor. É uma composição interessante, apesar da dose de malícia a ela
impressa, que os autores souberam temperar com inteligência.
[1] Não
encontro referência desse maestro em lugar nenhum. Talvez seja “Ghiglione”, mas
continuo procurando.
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