GRAVAÇÃO INFELIZ
Foi com grande surpresa que ouvimos, em dias da
semana passada, uma gravação da aplaudida cantora italiana Tati Casoni em que
procura interpretar dois sambas bem brasileiros. Todavia, apesar de toda a boa
vontade da simpática vocalista, ao adaptar os sambas Ponto Final e Samba
Brasileiro para versões italianas e fazer um grande esforço interpretativo
de ambas as composições, ela não nos convenceu. E não convenceu pela simples
razão de não ser esse o seu gênero. Aliás, cantores de certa fama, deveriam
contentar-se em permanecer no seu gênero e não procurar enveredar para estilos
diversos do seu, embora aos trancos e barrancos, apenas para satisfazer um
público restrito em detrimento de uma legião de admiradores. Quantas vezes
temos ouvido gravações soberbas de conhecidos artistas e, entretanto, ficamos
decepcionados diante de interpretações suas de músicas que fogem ao seu gênero.
O próprio Tito Schipa, que todos admiramos, não fugiu à regra. Certa vez,
entendeu de cantar tangos argentinos e o desastre foi total. Tati Casoni,
agora, repete a façanha. Por melhor predisposição que tenhamos não é possível
aceitar esses sambas cantados pela aplaudida cantora. Positivamente, ela não
convence. Talvez, à guisa de consolo para nós próprios, poder-se-ia dizer que
está melhorzinha em Ponto Final, pois, ao que parece, o estilo desse
samba se casa melhor com a sua reconhecidamente bonita tonalidade vocal.
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Tati Casoni |
CRÍTICAS À VICTOR
A imprensa carioca não está poupando a Victor de
críticas pela sua atual política, que ela julga contrária aos interesses da
música nacional. Segundo os jornais cariocas, a aludida gravadora prefere a
música e os artistas nacionais aos estrangeiros. Como exemplo, citam um samba,
que afirmam ser muito bonito, intitulado Copa do Mundo, e que
leva.........
........ Barroso. Aguarda ele, há muito tempo, a
oportunidade de ser levado à cera. Todavia, a Victor o tem posto de lado
sistematicamente em favor de gravações alienígenas que aguardavam oportunidade
há menos tempo que Copa do Mundo. Naturalmente, a Victor tem as suas
razões de ordem administrativa para assim proceder. Quer nos parecer, porém,
que se trata de uma política errônea, que a indispõe não só com artistas e
compositores nacionais, mas com o próprio público.
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