NOVO BOLERISTA
A Victor vem de apresentar, através de dois
discos, um novo bolerista ao público brasileiro: Chito Galindo. Como acontece
com a maioria dos boleristas que nos têm sido apresentados, também Chito
Galindo não é mexicano, como se poderia supor, mas argentino. Todavia, pelo que
demonstrou nestas suas gravações de apresentação, Chito Galindo será, com
certeza, um novo ídolo dos apreciadores do bolero. Dono de um timbre de voz invulgar,
de tonalidade máscula, cheia e vigorosa, além de ser possuidor de fina
sensibilidade, pelo que demonstra através das suas interpretações, o jovem
vocalista argentino, convenceu-nos.
Nestes seus dois primeiros discos Chito Galindo
nos proporciona quatro boleros: Las Tres Cosas, Amor y Más Amor, Tu
Felicidad e La Luna y El Sol. Dos quatro boleros, que interpreta com
rara felicidade, Galindo, ao que nos pareceu, está melhor em Tu Felicidad,
cuja melodia, de autoria do compositor francês René Touzet,[1]
é muito bonita, sobressaindo-se o acompanhamento orquestral, excelente,
especialmente a seção de violinos do conjunto, que executa um contracanto com o
vocalista que é uma delícia. Todavia, isto não quer dizer que o cantor portenho
esteja inferior nas demais gravações. Não; todas elas estão em níveis
idênticos. A que mais nos agradou, porém, foi Tu Felicidad. Haverá, por
exemplo, quem vá preferir Amor y Más Amor.
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Chito Galindo |
Mas isso é uma questão de
gosto. O que desejamos frisar, entretanto, é que Chito Galindo está bem, como
dissemos, em ambos os discos, isto é, nas quatro gravações. Mas, não sabemos se
por causa da beleza da melodia ou pelo bonito tema da letra, o que é certo é
gostamos mais da gravação do bolero Tu Felicidad.
Aliás, com referência ao mencionado bolero,
desejamos fazer aqui duas observações. A primeira é que a etiqueta da Victor
menciona Tu Felicidad como sendo uma canção. Na realidade, como
dissemos, se trata de um bonito bolero. A segunda é o fato de o selo não
mencionar o nome do conjunto que executa o magnífico acompanhamento. Isso, por
sinal, não é só a Victor quem faz. A generalidade das gravadoras procede assim.
É mais cômodo. Entretanto, por uma medida de justiça aos músicos que compõem as
orquestras, cremos que os nomes dos conjuntos mereciam figurar no selo. Por que
fazer menção apenas aos grandes conjuntos, ainda quando em execuções abaixo da
crítica?
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Rodolfo de Angelis |
Voltando às gravações de Chito Galindo,
desejamos apenas dizer que se trata de dois discos de bom padrão e de grande
valor artístico e comercial.
Na foto: A orquestra típica Argentina de Rodolfo
de Angelis, ao que parece, sumiu-se de vez dos suplementos das nossas
gravadoras. Não estaria mais gravando? Impossível, pois Rodolfo de Angelis
cuidava com carinho do seu conjunto, que chegou a ser considerado um dos
melhores da Argentina. É pena uma ausência tão demorada assim dos suplementos
de novidades.[2]
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