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Bing Crosby, durante muito tempo considerado o
cantor nº1 dos Estados Unidos, segundo os últimos dados fornecidos pelo
registro geral da venda de gravações, está colocado em décimo lugar. Demonstra ainda
o registro geral de vendas que a preferência do povo norte-americano se voltou
para Tony Martin, que figura na cabeça da lista, alcançando os seus discos
vendas espetaculares. Doris Day e Dinah Shore, na aludida lista, estão
colocadas, respectivamente, em vigésimo-segundo e vigésimo-terceiro lugares. –
Dentre os lançamentos Odeon, para setembro, e que terão sua edição antecipada,
talvez para esta semana, figura um disco de Anton Karas, solista de cítara, no
qual, em uma das faces, se encontra gravada a melodia O Terceiro Homem,
extraída do filme do mesmo nome. A propósito desse disco há muito que dizer.
Por exemplo: conquistou ruidoso sucesso na Espanha, quando da exibição da
película ali, tendo batido todos os “records” de vendas. Na Inglaterra, o sucesso
foi espetacular, bastando dizer que nada menos de um milhão de exemplares foram
vendidos, o que quer dizer 10% da produção anual da Grã-Bretanha! Quatro
versões existem, de O Terceiro Homem. Entretanto, a gravação que a Odeon
vai lançar antecipadamente é a original, isto é, do próprio filme, em solo pelo
autor da melodia, que interveio na película tocando, mas sem aparecer. – Nos
Estados Unidos, foi remetido aos fabricantes de discos um novo índice, em ordem
alfabética, classificando como de composições “alegre”, “feliz”, “meditativa”,
“calmante”, “excitante”, diante do efeito emocional produzido por elas nos
ouvintes, o resultado de experiências e observações clínicas realizadas pela
organização particular americana The Music Research Foundation. – A respeito
da música terapêutica, segundo dois psiquiatras do Washington Park Hospital, de
Surrey, Inglaterra, os diferentes tipos de música afetam os doentes mentais de
modo distinto. De acordo com essas autoridades médicas, executados para grupos
determinados de doentes, os clássicos trouxeram um sentimento de segurança e de
coesão de grupo, enquanto a música romântica tinha a tendência de reviver em
cada um os seus problemas. O melhor efeito, porém – segundo as informações –
sobre os doentes, tato para acalmar as suas emoções perturbadas como para
harmonizar o grupo, vieram das árias familiares e das canções regionais,
provavelmente em conseqüência das lembranças que traziam dos tempos felizes da
infância.
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Propaganda de julho de 1947 |
– Como conseqüência da desvalorização da libra, os discos importados
da Inglaterra sofreram redução em seus preços, do importador para a casa
revendedora. Entretanto, inexplicavelmente, estas continuam cobrando do público
o preço antigo, o que, evidentemente, não está certo. – Totó e sua orquestra,
tendo na parte vocal Bob Stewart, vão gravar, dentro de poucos dias, para a
Continental, Again e Falling Leaves. – Também Monte Alegre, Sólon
Salles, Vagalumes do Luar e Manézinho Araújo estão programados para gravar na
etiqueta dos três sininhos. – A gravação que Georges Henry e sua orquestra, com
William Fourneau, iriam levar a efeito a semana passada, foi transferida para
ser realizada na próxima quinta-feira, às 22:30 horas. Hollyday for Strings,
de David Rose, e Dança do Sabre, de Khachaturian, são as páginas que
serão levadas ao disco pelo dinâmico regente gaulês. – Outro lançamento
antecipado da Odeon, de gravações programadas para setembro, é o Baião,
de Luiz Gonzaga, e Moto Perpétuo, um vibrante chorinho, em solo de piano
pelo magnífico Muraro. Ouvimos a prova desse disco e pudemos constatar do seu
superior padrão, técnico e artístico. – Ao que se anuncia, Jimmy Lester e
Carmélia Alves vão gravar vários discos da série “boate”, isto é, com duas
músicas em cada face.
E, por enquanto é só.
Casa Beethoven |
Na foto: Como não podia deixar de acontecer,
Gregorio Barrios gravou, também, o bolero de Carlos Crespo, Hipócrita,
que tanto sucesso vem obtendo. Completa o disco a canção francesa Clopin-Clopant.
Também esse disco, que faz parte do suplemento Odeon, de setembro, vai ter o
seu lançamento antecipado para esta semana. Gregorio Barrios, considerado o
melhor bolerista do momento, está perfeito em ambas as faces, conforme pudemos
verificar pela prova. Boas as orquestrações de Oswaldo Borba, que dirigiu o
conjunto que executou o acompanhamento.
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Gregorio Barrios e Francisco Lomuto - Diário de S. Paulo, 15/6/50 |
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