NOVO CARUSO
Graças à sua privilegiada voz de tenor, aliada a
um físico privilegiado, um novo cantor está conquistando, nos Estados Unidos,
verdadeira legião de fãs. Além disso, é jovem, pois conta, atualmente, vinte e
sete anos de idade. Dentro de pouco tempo, graças ao rádio, o cinema e o disco
– pois já está preso sob contrato com a RCA Victor – os seus admiradores se
espalharão pelo mundo inteiro. No cinema é artista da Metro, já tendo filmado That
Midnight Kiss.
Chama-se esse jovem vocalista, considerado um
segundo Caruso por Serge Koussevitzky, ex-regente da Sinfônica de Boston, seu
descobridor, Alfred Arnold Cocozza. Entretanto, vai ser conhecido
artisticamente, em todo o mundo, por Mario Lanza, nome que tomou emprestado à
sua progenitora – Maria Lanza – quando solteira, para usá-lo nos domínios da
arte.
Mario Lanza, cujas gravações, não demorará muito,
estarão por aqui, juntamente com o filme em apreço, já recebeu o honroso
convite de Victor de Sabata, regente do famoso Scala, de Milão, para participar
de uma temporada lírica ali. Todavia, os seus compromissos cinematográficos não
o permitiram. Mas tão logo as cláusulas contratuais o permitirem, Mario Lanza
participará dos grandiosos espetáculos daquela famosa e tradicional casa de
espetáculos de arte. Aliás, Victor de Sabata a impressionou-se de tal forma com
a voz do jovem tenor, que faz empenho em apresentá-lo ao exigente público de
Milão.
Um dos mais recentes êxitos de Lanza, no disco é
a Mattinata, de Leoncavallo, gravada para a Victor. Diz a crítica
estrangeira que se trata de uma das mais perfeitas gravações da imortal página
do grande mestre peninsular, quer no que diz respeito à parte técnica, quer no
acompanhamento orquestral e, sobretudo, na parte interpretativa.
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Mario Lanza |
Não temos elementos para apreciar esse disco,
porquanto foi lançado em Nova York no princípio deste mês. Todavia, tão logo
ele nos chegue às mãos, em edição nacional ou pela edição original, opinaremos
sobre ele. A julgar pelas apreciações dos críticos de Nova York, entretanto,
vale a pena aguardá-lo.
Na foto: Já tivemos ocasião de nos referir à
forte equipe de boleristas da Odeon, encabeçada por Gregorio Barrios e Fernando
Albuerne. Eduardo Farrel é a última conquista do famoso selo. Muito jovem,
falta-lhe ainda amadurecimento na técnica de gravar. Por isso, sem desmerecer a
sua voz, que promete, é o mais fraco dos boleristas da equipe. Todavia, como
dissemos, com um pouco mais de experiência, o jovem vocalista argentino poderá
conquistar honroso posto na variada constelação daquela gravadora. Farrel, que
esteve recentemente em São Paulo, encontra-se no Rio, atuando numa emissora.
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