GRAVAÇÕES DE GIGLI
Beniamino Gigli é, incontestavelmente, um dos
mais festejados tenores do mundo. Possui, em todos os países, enorme legião de
admiradores. A grande maioria de seus fãs consideram a sua voz, no momento, “a
melhor do mundo”. Outros, entretanto, embora admiradores de sua arte, sem
dúvida superior, não chegam ao extremo de considerá-lo um êmulo de Enrico
Caruso, afirmando até, enfaticamente, ser Beniamino Gigli o maior de todos os
tenores. Somos dos que admiram a arte de Gigli. Não o consideramos insuperável,
porém. Interpretações existem – e aí estão os discos, para comprovar – em que o
famoso tenor se porta de forma notável. Outras há, porém, sobre as quais preferimos
guardar reserva. Assim é que muitas gravações de melodias italianas e de
óperas, levadas a efeito por Gigli, são inferiores às de Tito Schipa, a quem
consideramos o mais suave e melodioso tenor de que se tem notícia, ou mesmo as
levadas ao disco por Bruno Landi, Jean Kiepura ou Tagliavini, também
considerado por muitos “o maior”.
Questão de gosto, porém convém ressaltar, não se
discute. Para os que gostam da voz de Gigli, ele é o maior tenor do mundo. O
mesmo se dá com os que apreciam a arte de Schipa, Kiepura, Tagliavini ou Landi.
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Beniamino Gigli |
Estas considerações preliminares foram motivadas
pelo fato de termos em mão um punhado de gravações de Beniamino Gigli, feitas
para a “His Master’s Voice”. São elas: Santa Lucia Luntana, Voce ‘e
Notte; Mamma Mia Che Vo Sapé; Musica Proibita; Una Furtiva
Lacrima, da ópera Elixir de Amor (2º ato), de Donizetti; Ombra
Mai Fu, da ópera Xerxes, de Haendel; Elegie; Plaisir
D’Amour; O Del Mio Amato Ben; Amarili; Carretieri (Canto
dos Carroceiros Sicilianos), e, finalmente, Matinatta Siciliana.
Os cinco primeiros discos correspondem a
gravações feitas há muito tempo, quando Gigli, embora já fosse um cartaz
internacional, não possuía o renome de que hoje desfruta. Santa Lucia
Luntana e Voce ‘e Notte, por exemplo, são gravações executadas há
mais de vinte anos. O último disco da relação, porém, é de gravação recente.
Chamamos a atenção do leitor para a gravação de Amarili, que é um
madrigal do século XVI, ao qual Gigli empresta uma interpretação digna dos
maiores elogios.
Casa Nelson & Nelson |
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Andrew Sisters |
Nada há que dizer das gravações da “His Master’s
Voice”, sempre perfeitas, dignas do renome de que desfruta mundialmente.
Na foto: Eis as nossas velhas conhecidas Andrew
Sisters, um dos mais perfeitos trios vocais dos Estados Unidos. Voltarão a
figurar na lista de novidades para julho da etiqueta Odeon com o disco em que
gravaram dois foxes: Carlinhos e Ele Usava Fita Amarela. Os que
apreciam o estilo das Andrews estão de parabéns, porquanto os números que
apresentam são relativamente interessantes.
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