quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Diário da Noite, 10 de Junho de 1950

ÁS DA GAITA

Se afirmamos aos nosso leitores que um jovem de nome Eduardo Nadruz é um dos maiores gaitistas do mundo, certamente grande parte deles ficarão surpresos, pois ninguém ainda ouviu, através do rádio ou pelo disco, o tocador de gaita com aquele nome. Todavia, se dissermos simplesmente que “Edú” é autêntico cartaz internacional, com toda a certeza todos concordarão e se lembrarão logo das suas deliciosas interpretações levadas à cera pela Continental. Eduardo Nadruz, assim, outro não é senão o nosso mui conhecido “Edú”, o homem da gaita (instrumento...). Nasceu ele a 13 de outubro de 1916. Começou a brincar com a gaita de boca aos dez anos e, desde essa idade, revelou surpreendente inclinação para o bizarro instrumento musical. Em 1934 tornou-se gaitista profissional e cinco anos mais tarde foi para o Rio tocar na Rádio Mairink Veiga. Fez, depois, longas temporadas nos cassinos da Urca, Quitandinha, Pampulha e Poços de Caldas, registrando sempre, em suas atuações, sucesso invulgar. Esteve mais tarde na Argentina, Chile e Uruguai em vitoriosas turnês, tendo ainda excursionado por Cuba, México e Estados Unidos. Seu instrumentalista favorito do mouth organ é Larry Adler, mas reserva também palavras de admiração para Borrah Minevitch e John Sebastian.

Edú da Gaita
Edú grava, com exclusividade, para a Continental, sendo os seus discos mais representativos os seguintes: Poeta e Camponês, Torna a Surriento, Dança do Fogo, com Mignone ao piano; Ritmos do Brasil e Fantasia Espanhola, acompanhado de orquestra; além de O Sole Mio, com o Quarteto Continental. São todas gravações recomendáveis às execuções de Larry Adler, considerado o melhor gaitista do mundo.

Recentemente Edú gravou Capricho Nordestino, uma seleção de melodias de autoria do apreciado Luiz Gonzaga, sendo acompanhado de orquestra. Edú, aqui, mais uma vez, bisa as suas seguras e admiráveis performances.

Borrah, Larry e John Sebastian, as admirações de Edú da Gaita
Na foto: Edú admira a arte de Larry Adler, o jovem da fotografia. De fato, Larry nos tem mandado gravações que são verdadeiras obras-primas de solos de gaita. Quem não se lembra daquele disco da Columbia em que ele nos oferece notável interpretação dessa imortal página de Debussy que é Claire de Lune? Todavia, a arte de Edú, apesar de sua modéstia, em nada fica a dever à do festejado intérprete britânico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário