NOTAS
Colhidas
especialmente para os leitores deste cantinho de coluna, aqui estão algumas
notas relacionadas com o mundo dos discos:
Assoalha-se
nos meios artísticos que duas novas empresas gravadoras vão surgir em São
Paulo. Adianta-se mesmo que, uma delas, será de iniciativa dos irmãos Vitale,
antigos editores musicais e conhecedores do metiér. Com alusão à outra,
nada transpira, parecendo que os seus organizadores conservam sigilo que,
afinal, é o segredo do sucesso. – Ao que tudo indica, entretanto, trata-se de
apenas duas novas marcas e não de duas novas fábricas, a exemplo dos Estados
Unidos, onde existe quase uma centena de marcas para um número reduzido de
fábricas. – Conforme noticiamos, com a presença de numerosos convidados, a
Odeon inaugurou, quinta-feira última, solenemente, as instalações de sua
fábrica no município vizinho de São Bernardo do Campo. Em palestra com mentores
da gravadora, encarecemos a necessidade da montagem de um estúdio em São Paulo,
a fim de evitar viagens desnecessárias dos artistas de São Paulo ao Rio quando
têm que gravar. Tivemos, então, a grata notícia: uma das próximas iniciativas
da etiqueta vai ser precisamente a montagem de um estúdio moderno, de grandes
proporções. Isso, adiantaram-nos, será breve, muito mais breve do que se poderá
imaginar. O local será cientificamente escolhido, isto é, distante de ruídos e
vibrações, sendo bem provável que a escolha recaia ali mesmo, em São Bernardo
do Campo.
Vaughn Monroe |
– A mais interessante interpretação da melodia de Lange, Heath e
Glickman, do filme Audácia dos Fortes, intitulada Mule Train, vem
de ser colocada, em gravação Victor, nas revendedoras. O intérprete outro não é
senão o apreciado Vaughn Monroe, secundado pela sua própria orquestra. – A
Continental, como se sabe, já iniciou a distribuição, através da
responsabilidade do seu selo, as gravações da Mercury americana. Entretanto, ao
que soubemos, não só a Mercury terá as suas melhores gravações editadas no
Brasil, senão também várias outras etiquetas dos Estados Unidos, como a
Celebrity, Discovery e Aladin. O melhor dos catálogos dessas etiquetas vai ser
editado no Brasil pela “Simar”. – Causou a mais lisonjeira das impressões a
homenagem da Odeon à memória de Carlos Gomes, fazendo distribuir a todos os que
compareceram à inauguração de sua fábrica uma gravação da Sinfonia de O
Guarani, num arranjo para piano e orquestra de Francisco Mignone, tendo
como solista Heriberto Muraro.
Palmeira & Luizinho |
– Anunciam despachos de Nova York que Benny
Goodman acaba de rescindir contrato com a Capitol, voltando para a Columbia.
Adianta-se que o famoso clarinetista e band leader não estava satisfeito
com o selo da Sunset & Vine, porque ultimamente, a empresa, a exemplo do
que vem fazendo com Woody Herman, há mais de seis meses que não incluía uma
gravação sua nos suplementos. – A Victor que, não faz muito, lançou uma
gravação da orquestra de Tommy Dorsey, interpretando um arranjo moderno do segundo
movimento da 6ª Sinfonia de Tchaikowsky, a Patética, lançou esta semana
uma gravação da notável orquestra de Freddy Martin com um arranjo sobre o mesmo
tema. Ambas as gravações, pelos magníficos arranjos, merecem ser ouvidas. – A
Star, da qual tão pouco ouvimos falar, vai inaugurar, ainda este mês, em
Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, a sua nova fábrica. – Está sendo muito
procurada, pelos amantes do gênero, a gravação dos violeiros Palmeira &
Luizinho, feita para a Continental, intitulada Paraná do Norte.
E
por enquanto é só.
Na
foto: Há muito que Wilson Roberto aguardava uma oportunidade para gravar. A
Odeon deu-lhe a chance, lançando-o com duas boas composições que fazem parte do
disco que está sendo colocado nas revendedoras e que está incluído no suplemento
do corrente mês. São elas: Brasil Romântico, samba de Lauro Muller e
Hubaldo Silva, e a versão brasileira do mambo de Bob Capo Amor e Mais Amor,
feita por Haroldo Barbosa. É de augurar-se para o jovem cantor um grande
sucesso com esta sua gravação de estréia.
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