domingo, 8 de dezembro de 2013

Diário da Noite, 2 de agosto de 1950

NOTAS E NOVIDADES

Eis aqui mais algumas notinhas para todos aqueles que gostam de discos:

Georges Henry e sua orquestra, com William Fourneau, assoviando e tocando harmônica, conforme estavam programados, gravaram, quinta-feira última, nos estúdios da Continental, nesta Capital, dois discos, nos quais vamos encontrar A Dança do Sabre, da suíte de Khachaturian,em arranjo especial para assovio e orquestra; Holiday for Strings, Baião de Dois e Que Nem Jiló. Esses discos vão figurar no próximo suplemento de novidades da etiqueta dos três sininhos. – A Victor já está colocando nas revendedoras as primeiras gravações do tenor Mario Lanza, o novo Caruso do século XX, segundo a opinião de Serge Koussevitzky, seu descobridor e ex-regente da Orquestra Sinfônica de Boston. – Por falar em Mario Lanza, dentro de algumas semanas ele aparecerá na tela de um dos nossos cinemas ao lado de Kathryn Grayson, José Iturbi e outros, cantando trechos de óperas e belas canções napolitanas. – A propósito desse filme, junto com ele certamente chegarão as gravações de Mario Lanza, que é artista exclusivo da Victor, que já se antecipou, lançando à praça as gravações do famoso tenor, antes da chegada do filme. – Apesar de as gravações de Jorge Fernandes não possuírem valor comercial e tão somente artístico, a Odeon vai colocar nas revendedoras um disco do admirável folclorista patrício: Engenhos de Minha Terra, canção de Waldemar de Oliveira e Ascenço Ferreira; e Vaquejada, de José Carlos Burle e Gilberto Fontes. São dois “lados” que merecem lugar de destaque em qualquer discoteca.

Jorge Fernandes
– A Continental prossegue em seus lançamentos de gravações feitas para a Mercury americana. Dois bons discos de Frankie Lane, num dos quais vamos encontrar a famosa melodia de Victor Herbert Kiss Me Again, já foram prensados e entregues às revendedoras. – Luciano Tajoli, o cantor de músicas românticas da Itália, que perdeu um dos braços na última guerra, também está presente outra vez no suplemento Odeon para este mês, cantando, com sua bonita voz, Serenata Serena e Passa Uma Hora, duas belas páginas de Bonagura e Natili, respectivamente. – Peter Kreuder, o popular pianista alemão que conquistou tantos admiradores em São Paulo, quando aqui esteve, está tendo as suas gravações lançadas este mês pela Victor. Nada menos de cinco discos de Kreuder estão programados. – Michel Allard, o chansonier que a França nos mandou e que nos visita, já realizou duas gravações para a Continental. A primeira foi lançada há pouco. A segunda saiu agora. Prelude e Ma Chambre Blue são as canções que Michel Allard canta neste segundo disco.

Diário da Noite, 8/7/50
– Com a vinda a São Paulo de Império Argentina, para cantar ao microfone das Emissoras Associadas, a Odeon programou, para este mês, um dos mais belos discos da famosa intérprete da canção espanhola. Cuando Me Columpias Tu e Zumba de San Fernando são as páginas que Império canta, secundada por grande orquestra, regida por Guillermo Cases. – Primeiras gravações de Lúcio Alves para a Continental: Amargura e Tudo Acabou. – Os admiradores da orquestra de cordas de George Melachrino devem-se preparar para a verdadeira chuva de gravações do famoso conjunto que a Victor preparou para este mês. Doze discos de Melachrino e sua orquestra é o que teremos, o que vale dizer vinte e quatro interpretações do apreciado conjunto. – A Continental anuncia, para dentro de poucas semanas, gravações da querida intérprete argentina Mercedes Simone, cuja ausência dos suplementos de novidades das diversas firmas gravadoras já se fazia sentir de há muito. – No primeiro suplemento nacional da Capitol figuram vários artistas nacionais: Dick Farney, Carolina Cardoso de Menezes, Oscarito, Os Cariocas, Heleninha Costa e Lyrio Panicalli.

Casa Nelson & Nelson

Henry e William Fourneau
E é só, por hoje.


Na foto: O ponto alto do conjunto orquestral de Georges Henry, composto, indubitavelmente, de elementos de real valor, conscientes do seu valor artístico, reside, sem dúvida alguma, em William Fourneau. Com efeito, o simpático gorducho, além de assoviar admiravelmente, toca harmônica, dança, canta em diversos idiomas e nos mais variados ritmos e, o que é mais difícil ainda, é humorista... Gravou, na Continental, quinta-feira última, juntamente com o conjunto de Henry, A Dança do Sabre, Holiday For Strings, Baião de Dois e Que Nem Jiló.

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