PRELÚDIO E FUGA
Foi
com grande satisfação que ouvimos, há pouco dias, em gravação executada pela
Telefunken alemã, agora distribuída pela Supraphon, o Prelúdio e Fuga em
Mi Bemol Maior, de Johann Sebastian Bach, em execução da Orquestra Filarmônica
de Berlim, sob a direção de Erich Kleiber.
Como
se sabe, as Fugas de Bach foram, todas elas escritas originalmente para
órgão. Todavia, há transcrições dessas partituras para grandes orquestras. A
transcrição orquestral para a Filarmônica de Berlim foi feita por Arnaldo
Schomberg. E o fez, diga-se de passagem, tal qual um mestre como ele saberia
fazê-lo. Trata-se de uma gravação, em dois discos, que se pode recomendar sem
qualquer receio, pois a grande e prestigiosa Filarmônica de Berlim, de antes da
guerra, executa a imortal partitura do mestre germânico de forma soberbamente
impressionante, demonstrando, assim, a segurança da regência do aplaudido Erich
Kleiber.
A
Supraphon nos oferece uma reimpressão dos discos da Telefunken alemã muito bem
feita, merecendo, por isso, as melhores referências. Os amantes da música
clássica não devem deixar de conhecê-la. Vale a pena ser ouvida e analisada. Os
admiradores das gigantescas páginas de Bach, sobretudo, encontrarão nela uma
das mais perfeitas execuções do conhecido Prelúdio e Fuga em Mi Bemol
Maior, também identificado como o de Santana.
Erich Kleiber |
A
propósito da reimpressão das gravações da Telefunken alemã, cumpre lembrar que
a Capitol nacional, ao inaugurar as suas modelares instalações, no Rio de
Janeiro, nos prometeu que irá regravar uma porção de obras clássicas da antiga
e prestigiosa gravadora germânica, como concertos, sinfonias, óperas, sonatas,
etc., há muito tempo esgotadas e que são constantemente procuradas com avidez
nas casas revendedoras.
Por
outro lado, a Brunswick e a Polidor, que já reiniciaram suas atividades, além
de gravações das páginas populares da Europa, nos têm mandado algumas gravações
de obras clássicas, muitas das quais feitas há alguns anos, mas cuja perfeição
é indiscutível.
Como
se vê, os apreciadores da música européia e os admiradores das grandes obras
estão de parabéns. É só aguardar um pouquinho e reservar algum numerário para
gastar.
Casa Beethoven |
Na
foto: Carlos Gardel, o imortal cantor argentino, morto em circunstâncias tão
trágicas, quando se achava no ápice da sua gloriosa carreira artística, tendo
um mundo, ainda pela sua frente, no campo da arte, é homenageado, todos os
meses pela etiqueta Odeon, que apresenta, em seus suplementos, regravações
suas. Gardel, apesar de morto há tantos anos, continua sendo um artista do
disco mundialmente apreciado.
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