domingo, 8 de dezembro de 2013

Diário da Noite, 10 de agosto de 1950

PRELÚDIO E FUGA

Foi com grande satisfação que ouvimos, há pouco dias, em gravação executada pela Telefunken alemã, agora distribuída pela Supraphon, o Prelúdio e Fuga em Mi Bemol Maior, de Johann Sebastian Bach, em execução da Orquestra Filarmônica de Berlim, sob a direção de Erich Kleiber.

Como se sabe, as Fugas de Bach foram, todas elas escritas originalmente para órgão. Todavia, há transcrições dessas partituras para grandes orquestras. A transcrição orquestral para a Filarmônica de Berlim foi feita por Arnaldo Schomberg. E o fez, diga-se de passagem, tal qual um mestre como ele saberia fazê-lo. Trata-se de uma gravação, em dois discos, que se pode recomendar sem qualquer receio, pois a grande e prestigiosa Filarmônica de Berlim, de antes da guerra, executa a imortal partitura do mestre germânico de forma soberbamente impressionante, demonstrando, assim, a segurança da regência do aplaudido Erich Kleiber.

A Supraphon nos oferece uma reimpressão dos discos da Telefunken alemã muito bem feita, merecendo, por isso, as melhores referências. Os amantes da música clássica não devem deixar de conhecê-la. Vale a pena ser ouvida e analisada. Os admiradores das gigantescas páginas de Bach, sobretudo, encontrarão nela uma das mais perfeitas execuções do conhecido Prelúdio e Fuga em Mi Bemol Maior, também identificado como o de Santana.


Erich Kleiber
A propósito da reimpressão das gravações da Telefunken alemã, cumpre lembrar que a Capitol nacional, ao inaugurar as suas modelares instalações, no Rio de Janeiro, nos prometeu que irá regravar uma porção de obras clássicas da antiga e prestigiosa gravadora germânica, como concertos, sinfonias, óperas, sonatas, etc., há muito tempo esgotadas e que são constantemente procuradas com avidez nas casas revendedoras.

Por outro lado, a Brunswick e a Polidor, que já reiniciaram suas atividades, além de gravações das páginas populares da Europa, nos têm mandado algumas gravações de obras clássicas, muitas das quais feitas há alguns anos, mas cuja perfeição é indiscutível.

Como se vê, os apreciadores da música européia e os admiradores das grandes obras estão de parabéns. É só aguardar um pouquinho e reservar algum numerário para gastar.

Casa Beethoven

Na foto: Carlos Gardel, o imortal cantor argentino, morto em circunstâncias tão trágicas, quando se achava no ápice da sua gloriosa carreira artística, tendo um mundo, ainda pela sua frente, no campo da arte, é homenageado, todos os meses pela etiqueta Odeon, que apresenta, em seus suplementos, regravações suas. Gardel, apesar de morto há tantos anos, continua sendo um artista do disco mundialmente apreciado.

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