NOTAS E NOTÍCIAS
Notícias procedentes dos Estados Unidos dão
conta de que um samba bem brasileiro se transformou numa autêntica coqueluche
para os norte-americanos. Trata-se do samba Cadê a Jane?, que leva as
assinaturas de Wilson Batista e Erasmo Silva, gravado em disco Alba por
Fernando Álvares.[1]
– A propósito de Cadê a Jane?, recorda-se que ele foi gravado, não faz
muito tempo, pela Continental, com o conjunto vocal Os Cariocas. – A Decca vem
de gravar um disco por Eddie Condon e seu conjunto, no qual vamos encontrar Charleston
e Black Botour. Como se sabe, Charleston e Black Botour
foram os ritmos que deram alegria aos nossos maiores ali por 1920, mais ou
menos. E Condon, assim nos proporciona duas agradáveis faces, apesar dos ritmos
espalhafatosos das composições. Muito curiosa a vocalização de Peggy Ann Ellis,
que, diga-se de passagem, não é uma grande vocalista, secundada pelos demais
componentes do conjunto, Wild Bill Davison, Vernon Brown, Peanuts Huck e
outros. – No suplemento Columbia do corrente mês reapareceu o nome de Maria Alma com dois interessantes números: Tu Retrato, de Agustín Lara; e Que Te Has Pensado?, de autoria da própria Maria Alma. – Por seu turno a Odeon volta à carga com Fernando Albuerne cantando Cavaleiros do Céu, a mais que batida composição de Stan Jones; e Callejera, de autoria de Carlos Crespo, autor de Hipócrita, Suicídio e outros sucessos. – Luiz Gonzaga, ao que se propala, vai realizar uma demorada excursão pelo país e a renda líquida dessa campanha – porque será uma autêntica campanha – será empregada na construção de escolas e lactários no sertão do nordeste. Belo gesto do simpático “Lua”.
– A propósito de Luiz Gonzaga sabe-se que os direitos autorais por ele recebidos no último trimestre foram de 158 mil cruzeiros.
– Têm sido tantos os pedidos recebidos pela Victor, de gravações de Luiz Gonzaga, que a firma distribuidora teve que organizar um sistema de inscrições ou filas para tais pedidos. Para se ter uma idéia da verdadeira coqueluche que são as gravações do “Lua”, basta dizer que em três dias, foram vendidos mais de dez mil discos da sua última criação, Chofer de Praça. – Novos cartazes nos promete a Elite nos seus lançamentos de outubro. Ao que nos assegurou o Alberto Ergas, diretor artístico da etiqueta da rua Major Quedinho, vão constituir verdadeiras bombas atômicas, como o foram as gravações de Neyde Fraga. – O grande Louis Armstrong gravou para a Decca La Vie En Rose e C’est Si Bon. Armstrong e seu pistão, são os mesmos de sempre, sem novidades.
Luiz Gonzaga, Diário da Noite, 2/9/50 |
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Evaldo Rui (esq.) e Fernando Lobo (dir.), autores de "Chofer de Praça", e Gonzagão sentado ao piano Foto do blog de Luis Nassif |
– Têm sido tantos os pedidos recebidos pela Victor, de gravações de Luiz Gonzaga, que a firma distribuidora teve que organizar um sistema de inscrições ou filas para tais pedidos. Para se ter uma idéia da verdadeira coqueluche que são as gravações do “Lua”, basta dizer que em três dias, foram vendidos mais de dez mil discos da sua última criação, Chofer de Praça. – Novos cartazes nos promete a Elite nos seus lançamentos de outubro. Ao que nos assegurou o Alberto Ergas, diretor artístico da etiqueta da rua Major Quedinho, vão constituir verdadeiras bombas atômicas, como o foram as gravações de Neyde Fraga. – O grande Louis Armstrong gravou para a Decca La Vie En Rose e C’est Si Bon. Armstrong e seu pistão, são os mesmos de sempre, sem novidades.
Na foto: Lolita Torres, como se sabe, é uma
cantora argentina, especializada ba vocalização de melodias de Espanha. A Odeon
já prensou diversos discos seus e, em seu suplemento do corrente mês, programou
duas “faces” suas: o passodoble de José Maria Palomo, com palavras de
Salvador Valverde, La Cortijera de Jerez; e o tanguillo de
Rodrigo e Balsano,[2]
El Barquito. Ouvimos a prova e constatamos de bom padrão do disco.
Gostamos mais do passodoble, onde Lolita está mais à vontade e a
composição de acordo com o seu timbre vocal.
Casas Santiago e Sertaneja |
[1] A referência é obscura. “Disco Alba” talvez seja do efêmero e pouco conhecido selo Albatroz; quanto a Fernando Álvares, parece ser o mesmo que fez sucesso nos anos 30. Como sua carreira secou no início da década seguinte e não há registro dessa gravação em lugar nenhum, a questão fica por enquanto insolúvel.
[2] Na verdade
uma pessoa só, Rodrigo Bálsamo.
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