OUTRO SUCESSO
Lúcio Alves é, no momento, o mais admirado
intérprete de melodias populares brasileiras, do punhado de novatos que
apareceu ultimamente.
Não que Lúcio seja neófito no rádio, porquanto já faz
algum tempo que ele atua nas emissoras cariocas, integrante que era de um
conjunto vocal já desfeito. Entretanto, começou a cantar só, relativamente há
pouco tempo. Custou a descobrir a beleza de sua voz e que o seu estilo agradava
em cheio o grande público.
De fato, Lúcio Alves, sobre possui um timbre vocal
todo especial, criou um estilo, uma forma nova de cantar o nosso samba. Há quem
afirme que ele imita Dick Farney. Entretanto, se se fizer uma comparação do
estilo de ambos verificar-se-á que a assertiva não procede. A confusão,
naturalmente, reside no fato de ambos não cantarem alto, preferindo vocalizar
as melodias, sempre escolhidas com gosto e magnificamente orquestradas, quase
aos sussurros.
A Continental vem de colocar nas revendedoras
mais um disco do jovem cantor, em que ele nos oferece dois bonitos sambas: Amargura,
de Alberto Ribeiro e Radamés Gnatalli e Tudo Acabou, de Gilbert Milfont
e Milton de Oliveira. Trata-se de duas inspiradas composições, quer no que diz
respeito à música ou às palavras. Em Tudo Acabou há um momento em que o
cantor tem que transportar a voz, inesperadamente, de uma nota baixa para outra
bem alta, dando a impressão de desafinação, o que não acontece, posto haver
sido escrita assim mesmo para que fosse conseguido o efeito que, realmente,
causa aos ouvintes e, mais, embelezando a melodia.
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Lúcio Alves |
A face oposta Amargura, embora figure
como face A, nos pareceu de nível inferior a Tudo Acabou, o que não quer
dizer seja música sem qualidades. Pelo contrário. Como dissemos, ambos os
sambas tiveram grande inspiração, porém, nos impressionou melhor o constante da
face B do disco em apreço.
Pelo exposto, Tudo Acabou e Amargura
vão constituir mais um grande sucesso de Lúcio Alves e, principalmente, da
Continental, que editou o disco.
Na foto: Carmen Cavallaro, sem favor nenhum, é
dos pianistas populares mais admirados em todo o mundo. Suas gravações são
grandemente procuradas, sobretudo pelos espetaculares arranjos de partituras
clássicas ou pelos suavizantes solos de melodias típicas de todas as nações.
Suas mais recentes gravações, lançadas em disco Odeon, são: Música! Música!
e Oh! Catarina, respectivamente de Stephan Weiss e Richard Fall.
Acompanha-o sua própria orquestra.
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